Artigo de Opinião – Gazeta das Caldas – 2020/09/24

Compromissos e Responsabilidade

Os dias que correm são difíceis e tendem a complicarem-se e a diferença estará na atitude de cada um de nós perante o perigo iminente de contágio do Coronavírus.

Começo com esta afirmação por sentir necessidade de alertar para os comportamentos que condicionam a nossa vida em sociedade.

Esta reentre com a segunda sessão legislativa no mandato na Assembleia da República fica irremediavelmente marcado pela conjuntura pandémica onde imperativamente a discussão sobre as medidas de combate ao covid19 e de apoio aos diversos setores da economia ocupam a primeira linha da discussão na Assembleia da República.

No entanto, a função de um órgão de soberania como a AR é para além desta reflexão inevitável, de continuar a fiscalizar a ação do governo e apresentar iniciativas legislativas para melhorar em primeira instância a qualidade de vida da população e garantir equidade na sociedade.

Nesta senda tenho tentado estar atento e ser uma voz ativa questionando e expondo matérias que nos afetam no dia a dia como o caso da saúde, do ambiente ou das infraestruturas.

O Ministro do Ambiente comprometeu-se publicamente em começar a obra das dragagens na Lagoa de Óbidos em setembro do corrente( esperemos que cumpra desta vez) , o ministro das Infraestruturas e da Habitação  já se comprometeu tantas vezes sobre a Linha do Oeste, nomeadamente, sobre o lançamento  da empreitada de “Modernização do troço Torres Vedras – Caldas da Rainha, que agora pelo menos vemos uma “luz ao fundo do túnel” com a publicação da portaria em 18 de setembro que autoriza as Infraestruturas de Portugal a proceder à repartição de encargos relativos ao contrato ( esperemos que agora não haja mais desculpas para o lançamento do concurso), na saúde se a sobrelotação das urgências no Hospital das Caldas da Rainha, aliada à falta de profissionais de saúde suficientes é infelizmente hoje uma realidade que dispensa comentários, já as unidades de saúde vão fechando e abrindo com uma falta de respeito atroz pelos utentes.

Com este cenário de falta de compromisso e responsabilidade do governo, cabe-nos a nós dar o exemplo …..

O momento é de grande exigência, a propagação do vírus, em grande parte, depende do comportamento humano. A nossa atitude pode salvar vidas, pelo que é essencial que tenhamos essa noção e que respeitemos as recomendações da DGS para que seja possível ultrapassar esta fase tão difícil da nossa vida.

O que se espera de todos nós, neste momento, é um compromisso com os outros alicerçado num sentido de responsabilidade.

Esperemos assim que estejamos à altura das nossas responsabilidades e tomemos todas as precauções. Cuide-se e estará a cuidar dos seus e de todos nós.

Artigo de Opinião Gazeta das caldas publicado a 28/08/2020

Caldas da Rainha a CIDADE RAINHA

A 26 de Agosto de 1927 Caldas da Rainha é elevada a cidade por decreto, promulgado pelo marechal Óscar Carmona. As forças vivas da cidade foram a grande alavanca que tornou possível esta realidade.

Caldas passou por várias fases desde então, numa constante melhoria de condições e de qualidade de vida. No entanto, manteve sempre um denominador comum ao longo dos tempos: a criatividade que se “respira” e que caracteriza as suas “gentes”. Foi esta capacidade endógena que a catapultou para ser hoje uma cidade criativa da UNESCO, na categoria de “Artesanato e artes populares”.

Comemoram-se esta semana os 93 anos desta data que devem ser assinalados com a visão de futuro que se exige a quem tem responsabilidades também autárquicas. O exercício de planeamento e de execução dessa visão está bem patente nas propostas de reabilitação e regeneração urbanas da cidade que, este executivo, liderado pelo dr. Tinta Ferreira tem apresentado e que está a executar. Uma cidade tem de estar em permanente mutação, adaptando-se às novas realidades e tendências, sem perder a identidade que a caracteriza, mantendo a “traça” e preservando as tradições na sua essência.

O desenho urbano das cidades é sempre um desafio, na grande maioria por não se tratar de terreno “virgem”, torna-o mais aliciante mas condicionado ao existente. A “urbe” do presente e do futuro é “smart” , mais “friendly e resiliente. A sustentabilidade ambiental das cidades é hoje o grande desígnio, num planeta que anseia por uma permanente ação para a sua sobrevivência, ou antes, para a nossa sobrevivência enquanto espécie.

Caldas da Rainha caminha neste sentido e estou certo que em 2027 será um concelho diferente mas igual a si mesmo, onde a perseverança e a vontade das suas “gentes” continuará a projetar esta cidade como a “Rainha de Portugal”.

Tendo em conta que o concelho das Caldas da Rainha tem 16 freguesias das quais 7 estão agregadas em três uniões de freguesias, o que perfaz um desenho administrativo de 12 autarquias de freguesia, que deve ser vivido como um todo, julgo que seria pertinente que nos 7 anos que nos restam até às comemorações do centenário da elevação, as comemorações fossem, anualmente nesse espaço temporal, repartidas por todas as freguesias do concelho, culminando com uma grande festa do centenário em 2027 na cidade.

Hugo Oliveira