COMUNICADO
Depois dos incêndios de 2017, o Governo prometeu uma verdadeira Reforma Florestal que mudaria o paradigma existente e, tornaria a floresta mais resiliente aos fogos, reduzindo o número de ignições e a área ardida.
Há que reconhecer que algo foi feito no que diz respeito ao combate aos fogos florestais, dotando o dispositivo de combate com mais meios materiais e recursos humanos.
Mas, relativamente a processos de ordenamento, de reflorestação, de organização da produção florestal, de mudança da paisagem rural, de reintrodução de espécies autóctones mais resistentes e de crescimento lento (em mosaicos florestais), tudo está por fazer…
Para “inglês ver”, o Governo procedeu à assinatura de protocolos com Câmaras Municipais e Organizações de Proprietários e Produtores Florestais, visando a criação de AIGPs (Áreas Integradas de Gestão da Paisagem) que previssem a implementação de operações integradas de gestão da paisagem (OIGPs). Contudo, nada está feito, nada está implementado exceto aquilo que já estava feito pelas ZIFs e outras organizações já anteriormente existentes.
A floresta está abandonada e a teimosia do Governo em defender a primazia da floresta de conservação, desvalorizando a floresta de produção, leva cada vez mais ao seu abandono e, consequentemente ao aumento dos níveis de perigosidade de ocorrência de incêndios rurais. O problema não está na forma, nos planos e estudos existentes ou em elaboração, o problema está na prática, pois estas políticas governamentais têm uma fraquíssima orientação para a produção, uma falta de visão empresarial, o que as torna erradas pois no terreno não há quem as implemente.
É preciso envolver os proprietários, capacitá-los, colocar técnicos especializados no terreno e para colaborar na organização e implementação de entidades gestoras, apoiá-los financeiramente, sob pena de perdermos mais uma oportunidade, agora mais grave dado que, com o PRR e o próximo Quadro de Apoio, nunca houve tantos recursos financeiros para pôr a Reforma da Floresta no terreno.
A Floresta gerida empresarialmente é a floresta que menos arde, por ser a mais bem ordenada e mais limpa, e por isso mais resistente aos fogos.
Nos territórios que arderam em 2017, assistimos a uma regeneração natural totalmente desordenada e não controlada, com espécies exóticas e invasoras a ocupar os melhores solos e, ao aumento da carga térmica e biomassa, que os torna autênticos “barris de pólvora”, podendo transformar-se novamente no “inferno de Pedrógão” com as consequências materiais e humanas infelizmente conhecidas.
Esperemos que a culpa não volte a ser atribuída aos Autarcas ou aos Bombeiros, pela inação e incompetência do Governo na reabilitação, transformação e progresso destes territórios. Esta inação é uma inaceitável e gritante falta de respeito a todos os que perderam a vida, ou ficaram feridos, ou viram todo o seu património desaparecer em cinzas.
O Partido Social Democrata (PSD) lamenta este desprezo do Governo para com aquelas populações e manifesta a sua disponibilidade para lutar pelo seu direito a uma floresta ambientalmente equilibrada e economicamente produtiva, bem como a sua solidariedade a todas as famílias vítimas dos incêndios de 2017.
Os Deputados do PSD de Leiria e a Comissão Politica Distrital do PSD de Leiria